Águia-calçada Aquila pennata
Seg 2 Out - 9:49
Águia-calçada -Aquila pennata
O facto mais curioso acerca da águia-calçada é a existência de duas formas – uma clara e outra escura.
Esta pequena águia nidifica em árvores e raramente pousa à vista, sendo mais fácil de observar em voo.
Abundância e calendário
A águia-calçada é antes de mais uma espécie estival que pode ser vista em Portugal principalmente de Março a Setembro. Distribui-se de norte a sul do país, sendo bastante frequente no Alentejo, no Ribatejo e na Beira interior, ocorrendo igualmente, mas em menor número, no nordeste transmontano. Quando em migração, surge com alguma regularidade junto à costa, nomeadamente no Algarve.
Alguns indivíduos permanecem entre nós durante a estação fria,
maioritariamente junto a faixa costeira.
Identificação
É uma rapina de médias dimensões, que se caracteriza pela sua cauda quadrada e pelas patas
emplumadas. Os indivíduos de forma clara são fáceis de identificar: a plumagem é preta e branca, confe-
rindo um forte contraste nas partes inferiores, o que torna estas aves distinguíveis à distância. Já no caso
das aves de fase escura, totalmente castanhas, as probabilidades de confusão são maiores, nomeada-
mente com o milhafre-preto (que se distingue pela cauda bifurcada) ou com as fêmeas de tartaranhão-ruivo-
dos-pauis (que têm geralmente a cabeça bege). Neste caso, as águias-calçadas distinguem-se pelas
“luzes de aterragem” (dois pequenos pontos brancos voltados para a frente de ambos os lados do pescoço).
Onde observar
Na Primavera, a águia calçada pode ser vista com relativa facilidade um pouco por todo o país.
Entre Douro e Minho – pouco comum na região.
Trás-os-Montes – pode ser vista na zona de Miranda do Douro, no Baixo Sabor e na serra
do Alvão.
Litoral centro – pouco comum na região.
Beira interior – pode ser vista principalmente nas zonas raianas da Beira Baixa (Tejo
Internacional e campina de Idanha) e da Beira Alta (albufeira de Santa Maria de Aguiar,
Vilar Formoso e Sabugal), mas também ocorre na albufeira da Marateca, nas serras da
Gardunha e da Estrela e em Celorico da Beira.
Lisboa e Vale do Tejo – na região de Lisboa, o melhor local para ver esta águia é o
estuário do Tejo, mas a espécie ocorre ao longo do vale do Sorraia até Coruche, no
Escaroupim e mais para norte, na zona de Tomar. Também tem sido observada na lagoa
de Óbidos, particularmente durante o Inverno.
Alentejo – é a região onde a espécie é mais comum e, portanto, mais fácil de observar.
No Alto Alentejo pode ser vista na zona da barragem de Montargil, em Cabeção, Arraiolos
e nas zonas de Évora e Elvas. Ocorre igualmente no Baixo Alentejo, particularmente no
estuário do Sado e na região de Barrancos. Durante o Inverno surge no estuário do Sado
e na lagoa de Santo André.
Algarve – rara como nidificante, ocorre sobretudo nas épocas de migração; durante a
passagem outonal, o melhor local para ver esta espécie é, sem dúvida, a zona do cabo de
São Vicente, principalmente quando os ventos sopram de leste, formando-se então
concentrações de algumas dezenas ou mesmo centenas de aves.
EQUIPE CRIADORES DE PÁSSAROS - ANIMAIS SILVESTRES