Gavião-de-cauda-curta
Qua 7 Jun - 11:12
Gavião-de-cauda-curta
Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Grupo: Gaviões-planadores
Nome em inglês: Short-taided Hawk
Habitat: Florestas e borda de matas
Alimentação: Aves
Distribuição no Brasil:
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Status: (LC) Baixo risco
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Indivíduo adulto. Porto Alegre/RS, Maio de 2010.
Foto: André Andrade
00:00/00:23 Vocalização de chamado (C) - (gravado por: Sidnei de Melo)
• Descrição: Mede de 37-46 cm de comprimento, envergadura de 83–103 cm, peso de 450-470 g (macho) e 425-530 g (fêmea) (Bierregaard & kirwan, 2013). Adulto (forma clara) apresenta partes inferiores branco-puras, cauda barrada, dorso e lados da cabeça preto e pardo no jovem (Sick, 1997). Adulto melânico (forma escura) de plumagem preto predominante, com as penas secundárias levemente mais escuras que as primária, e cauda barrada (Del Hoyo et al. 1994). O jovem (forma escura) apresenta considerável variação na plumagem, que tanto pode apresentar pintas brancas, quanto completamente escura como no adulto. A denominação brachyurus significa: cauda curta; “brachy” (latim) é curto, achatado, enquanto que “uros” é cauda (Márquez et al. 2005). Apesar de seu nome popular "cauda-curta", sua cauda não é significativamente menor em relação ao corpo se comparada com espécies do mesmo gênero.
Indivíduo jovem.
Goiânia/GO, Maio de 2009.
Foto: Wagner Machado C Lemes
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Indivíduo adulto (forma clara).
Porto Alegre/RS, Maio de 2010.
Foto: André Andrade
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Indivíduo adulto (forma escura).
P.E. da Serra da Tiririca, Niterói-RJ.
Foto: Igor Camacho
• Espécies similares: Indivíduo adulto (forma clara) é pode ser confundido com o gavião-de-rabo-branco (Geranoaetus albicaudatus), gavião-papa-gafanhoto (Buteo swainsoni) e gavião-de-dorso-vermelho (Geranoaetus polyosoma) diferenciando-se principalmente pelo padrão da cauda, que nesta espécie é toda barrada. Indivíduo jovem, em voo, pode ser confundido com o gavião-pato (Spizaetus melanoleucus). Indivíduo melânico (forma escura) é parecido com o gavião-urubu (Buteo albonotatus), gavião-de-asa-larga melânico (Buteo platypterus), gavião-de-rabo-branco (G. albicaudatus) melânico e gavião-preto (Urubitinga urubitinga), sendo a principal diferença o padrão da cauda e silhueta. Além disso, o melânico pode ser confundido com o urubu-de-cabeca-preta (Coragyps atratus), possivelmente mimetizando-o, como já sugerido por Roesler (2003) e Monsalvo (2014).
• Alimentação: É um gavião especializado na captura de aves, mostrando adaptações tanto morfológicas quanto comportamentais para a captura desse tipo de presa (Ogden 1974; Del Hoyo et al. 2004). Estudos mais detalhados sobre a dieta da espécie na Flórida/EUA, revelam que aves pequenas são as principais presas do B. brachyurus, representando 96,3% de sua dieta, incluindo casos de predação contra Falco sparverius e Accipiter striatus, e em menor frequência, roedores, lagartos e insetos (Del Hoyo et al. 1994). No Brasil, Christianini (2005) registrou a predação de B. brachyurus sobre Crypturellus parvirostris (inhambu-chororó) em um fragmento de floresta semidecídua no município de Gália-SP. Este é provavelmente o registro da maior ave já capturada por esta espécie.
Também pode alimentar-se de invertebrados, como gafanhotos, percevejos, vespas, formigas e aranhas), além de anfíbios e roedores (Del Hoyo et al. 2004; Sick, 1997).
• Reprodução: Constrói o ninho com ramos e gravetos com cerca de 70 cm de diâmetro, no alto de árvores (Del Hoyo et al. 1994). A fêmea realiza a postura de 2 ovos, com período de incubação de 34 dias. Geralmente um filhote sobrevive, o mais velho elimina o mais novo (Newton 1977). O filhote fica dependente dos pais por aproximadamente 6 meses tornando-se adulto com 2-3 anos de idade (Marquez et al, 2005; Ferguson-Lees e Christie, 2001; del Hoyo et al, 2004; Newton, 1977). No período de reprodução, o macho realiza voos nupciais, circulares seguido de descidas repentinas. Durante o acasalamento emite seus chamados, sendo geralmente compostos de assobios finos.
Na capital de São Paulo, Monsalvo (2012) acompanhou um casal com plumagem melânica nidificando em um parque urbano da cidade. O ninho estava localizado ao lado de uma via movimentada. Duas semanas após o primeiro voo, o filhote já havia abandonado definitivamente o ninho, mas ainda passava a maior parte do dia pousado na árvore a cerca de 50 m do ninho, vocalizando constantemente. Nesses voos às vezes acompanhava a mãe, e já tentava imitar suas manobras, como rasantes na copa das árvores. Também nessa fase, foi observada pela primeira vez a transferência de presa do macho (único responsável pela alimentação da família) para o filhote em pleno ar. No decorrer das semanas, o filhote diminuiu a frequência de chamado pelos pais, e dedicava cada vez mais tempo a desenvolver atividades de caça. No entanto, até os 3 meses de idade não foi observado capturando nenhuma presa, se mantendo nas proximidades do ninho até os 4 meses, quando então deixou a área.
• Distribuição Geográfica: Presente desde o sul dos Estados Unidos (Flórida) e México até a Argentina e Paraguai, incluindo todo o Brasil (Del Hoyo et al. 2004). Sabe-se que as populações setentrionais são migratórias e algumas populações da Flórida (EUA) podem migrar até Cuba, porém, os movimentos migratórios da espécie é mal documentado (GRIN, 2010).
• Subespécies: São reconhecidas duas subespécies: B. b. fuliginosus: sul da Flórida (Estados Unidos), leste do México até o Panamá; B. b. brachyurus: Colômbia, oeste do Equador, Guianas, Peru, Bolívia Paraguai, Brasil até o norte da Argentina (Jujuy, Tucumán, Misiones) (Blake 1977; Marquez et al, 2005; Del Hoyo et al. 1994).
• Hábitos/Informações gerais: Pode ser encontrado em bordas de florestas, matas de galeria, áreas florestadas permeadas de vegetação aberta e nos centros urbanos mais arborizados. Vive normalmente sozinho, ocasionalmente aos pares. É um dos mais acrobáticos gaviões do gênero Buteo, voa como um falcão realizando voos picados espetaculares sobre o dossel da mata, às vezes próximo a copa das árvores onde costuma capturar as aves que posteriormente despluma no ar (Márquez et al, 2005). Geralmente observado voando alto em voos circulares nas horas mais quentes da manhã, às vezes junto aos urubus (Sick, 1997; Del Hoyo et al. 2004).
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